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A Equipa

O blog da equipa do SAPO Blogs. Um espaço para falar de blogs, esclarecer dúvidas e partilhar boas ideias.

Meet the blogger: Ângela Santos

26.01.15 | Pedro

princesasemtiara.jpgColocámos cinco perguntas à Ângela Santos, autora do Princesa sem Tiara, descrito pela própria como "o cantinho feminino de uma apaixonada por moda".

 

Pode apresentar-se?

Bracarense, de 22 anos, tenho o coração na boca e a escrita no coração. A moda é paixão antiga, de uma filha única que desde pequena agarrada às séries, conheceu histórias e mundos como o da Rachel Zoe e, hoje já licenciada em Solicitadoria o mundo profissional é uma azáfama que percorre com gosto e prazer. Acompanhada pela mais recente máxima ou vogue nos regressos a casa, a moda não é um cliché mas um mundo de fascínio. Sentimentalista, humilde e ambiciosa. Por que o mundo tem tanto para oferecer e eu não nasci para estar parada.

Um post que recomende a alguém que chega pela primeira vez ao "Princesa sem Tiara"?

Recomendo o post Elegantemente, acima do joelho. É dos posts que unifica melhor as minhas duas paixões: a escrita e a moda. Uma moda pessoal numa escrita literária.


Num dos seus posts mais recentes, fala sobre as resoluções para 2015. Pode partilhar connosco uma resolução de 2014 que tenha deixado por cumprir?

Uma resolução que estabeleço no início de cada ano e, ano após ano é viajar. Fico rendida, sempre que ligo a televisão ou folheio uma revista e vejo lugares que jamais pensei que existissem e culturas tão diferentes. Temos um país, um mundo à nossa espera. Cabe-nos a nós decidir conhecê-lo.

Pode recomendar-nos outro blog no SAPO que siga?

A Melhor Amiga da Barbie. Gosto do seu registo pessoal sempre atento às últimas tendências.

Um motivo de entusiasmo recente (um livro, uma viagem no horizonte, etc)?

Uma viagem no horizonte: Paris. Um sonho de menina.

Meet the blogger: Henrique Monteiro

19.01.15 | Pedro

henrique.jpg

Esta semana destacamos o Henrique Monteiro, cartoonista do SAPO e autor do HenriCartoon desde 2008. Na semana passada, numa iniciativa dedicada à liberdade de expressão, transformou todas as notícias na homepage do SAPO em cartoons. Rompemos com o nosso  formato de cinco perguntas para questionarmos o Henrique sobre essa experiência e a sua perspetiva como cartoonista dos atentados em Paris no dia 7.

 

Nos teus cartoons, e no post que publicaste logo no dia 7, ficou claro como te sentiste próximo do que aconteceu em Paris, na redação do Charlie Hebdo. Como cartoonista, sentiste-te visado por aquele ato de terror?

Senti-me sobretudo visado como pessoa que não consegue sequer imaginar como seria a sua vida sem a liberdade em todas as suas formas.

Conhecias a publicação? Qual é a tua leitura do seu trabalho? 

Eles têm um critério editorial que jamais seria o meu. No entanto não discuto e concordo que se deve criticar e satirizar o terrorismo que se justifica em nome de uma divindade. Isso envolve riscos, mas a liberdade envolve riscos. A liberdade de expressão deixaria de existir a partir do momento em que o medo a condicionasse. E isso seria mais devastador do que uma guerra.

O teu cartoon de dia 7 surge acompanhado de um texto teu, algo que é raro ver no Henricartoon. Foi a primeira vez que sentiste que um cartoon não bastava?

Na verdade foi a Ana Gomes que me pediu um desenho sobre o tema acompanhado por um pequeno texto e eu, como sabes, não nego nada à Ana. De resto, e como uma vez me disse o Júlio Isidro aqui há uns anos, expresso-me melhor com o desenho do que com as palavras (ainda hoje estou amuado com ele por causa disso)

O texto foi “à flor da pele”. Ainda estava um pouco aturdido pelo desenvolver dos acontecimentos. Quis sobretudo deixar explícito que a liberdade de expressão tem a importância do ar que respiramos.

 

No dia 12, fizeste o trabalho de uma mini-redação de cartoonistas, a desenhar, em tempo real, a atualidade nacional para a homepage do SAPO (página desse dia em arquivo). Como surgiu a ideia e o que achaste da experiência?

A ideia não foi minha, e tenho pena. Foi da equipa do SAPO. A Ana ligou-me com esse desafio e eu aceitei na hora. Confesso que gosto de desenhar sem rede. A primeira ideia que surgia para cada tema era a que ia para o papel (mesa gráfica, no meu caso). Correu tudo muito bem.

Quão cansativo foi desenhar assim tantos cartoons no mesmo dia? E que feedback recebeste, em relação à homepage e aos cartoons que foste fazendo ao longo da semana?

Cansativo foi, mas eu gosto muito da sensação que se tem a seguir a um longo e árduo dia de trabalho. É assim uma espécie de descanso do guerreiro. Um tipo sente-se um senhor com os frutos de um trabalho bem conseguido.

O feedback foi fantástico. Todos gostamos do resultado final, começando pelo próprio SAPO e estendendo-se aos frequentadores do portal. Foi um sucesso que, espero, se repita mais vezes, com novas e desafiadoras ideias.

 

A iniciativa de dia 12, que mensagem achas que passou para os visitantes da homepage do SAPO?

Acho que foi um bom contributo para consciencializar as pessoas de que o cartoon, e o humor em geral, é uma parte indispensável na nossa vida e que a graça é um aliado eficaz das coisas mais sérias. Serviu sobretudo para desmontar aquela máxima teimosamente enraizada e errada de que não se brinca com coisa sérias.


Como descobriste a tua vocação cartoonista?

Antes do SAPO eu ilustrava textos de jornais. Alguns mais sob a forma de cartoon do que outros. Foi com o Henricartoon que eu me experimentei na caricatura sem textos de outrem, e foi o cabo dos trabalhos. Refugiei-me, logo no primeiro cartoon, na figura do Alberto João Jardim, e com essa figura é difícil falhar. De desenho em desenho fui percebendo que não me dava mal com o formato. Foi no SAPO, portanto, que eu entrei neste maravilhoso mundo de escarnecer da malta toda. 


Os teus alvos diários no Henricartoon são sobretudo figuras da atualidade (políticos e desportistas). Costumas receber feedback das pessoas visadas pelos teus cartoons?

Não. E não sei se é por não ligarem a cartoons se é por os acharem inofensivos. Em Portugal a caricatura política e desportiva não tem grande peso fraturante. Além do mais eu não costumo ser muito polémico. Tenho este ”defeito” de fazer mais cartoons consensuais sobre temas polémicos do que vice-versa.. Prefiro fazer rir do que fazer pensar. Não sou, portanto, um cartoonista na mais pura conceção da palavra.

Tirando a experiência de dia 12, é fácil encontrar todos os dias um tema para caricaturar? A nossa atualidade é especialmente dada a ser transformada em cartoon? 

A internet inunda-nos de temas todos os dias. Isso, para mim, raramente é um problema. Encontram-se dezenas de temas só a abrir um site de informação. O desafio para um caricaturista, sobretudo numa democracia, é transformar o banal em piada. À falta de temas que atentem verdadeiramente à nossa dignidade (notícias como o massacre no Charlie Hebdo são, felizmente, coisa rara numa sociedade democrática) temos de apostar tudo no político que prevaricou ou no jogador que falhou o penálti.

Podes partilhar connosco a tua rotina diária no Henricartoon, desde a ideia para um cartoon até à sua publicação?

Não tem nada de romântico. Normalmente faço os desenhos pela madrugada fora. Não tenho rotinas muito vincadas. E como sou um procrastinador nato gosto de preguiçar em “zappings” à internet antes de me debruçar sobre os temas a caricaturar. Agora tudo isso está mais difícil de concretizar já que tenho um pequenito para mimar e isso leva-me uma boa dose de tempo.


Já tiveste algum caso de alguém que tenha ficado desagradado com um dos teus cartoons e tenha pedido para o removeres? Qual é, ou qual seria, a tua resposta numa situação dessas?

Tive agora há uns dias um engraçado. Uma senhora indignada enviou um mail à redação do SAPO a insurgir-se contra o “feíssimo rabo de mulher” no tag da Sociedade, no blogue Henricartoon. É fantástico como as pessoas se indignam com coisas que jamais imaginaria poder haver indignação.

De resto recebo bastantes comentários para remoção de cartoons, sobretudo os que abordam a religião e a homossexualidade.

Geralmente não respondo mas não censuro quem não goste ou ache abusivo um ou outro cartoon meu. A indignação também é um direito anexado à liberdade.

 

Obrigado, Henrique!

Meet the blogger: Alexandre Guerra

12.01.15 | Pedro

alexandre.jpg

As nossas 5 perguntas desta semana foram para o Alexandre Guerra, autor d'O Diplomata e do Piar.

 

Participa em dois blogs, um sobre política e relações internacionais e o outro, relações públicas. O que mais lhe interessa em cada uma destas áreas?

Nas Relações Internacionais é fascinante acompanhar a dinâmica que existe entre os Estados e, cada vez mais, entre estes e organizações internacionais. É também interessante notar que, com o advento da globalização e com o aparecimento das novas formas de comunicação, os povos surgiram com uma voz activa no sistema internacional. Também a Política, seja numa lógica mais clássica – como aquela a que se referia Aristóteles –, seja numa abordagem mais mundana – ou seja as “politics” –, é apaixonante, já que lida com as questões de poder e com modelos de governança das sociedades. São precisamente as questões de poder que muitas vezes se cruzam com a actividade das relações públicas ou da consultoria de comunicação e que, cada vez mais, serve de inspiração para filmes de Hollywood ou para inúmeras séries. Naturalmente, que há uma outra componente muito interessante das relações públicas, que se prende com a comunicação institucional das empresas e organizações.

 

Que facto ou personalidade destaca positivamente em Portugal na área da comunicação em 2014?

A capacidade de resiliência e de adaptação das empresas que apostam e actuam no sector da comunicação, seja imprensa, agências, departamentos de relações públicas, anunciantes, entre outros. Penso que em 2014 se assistiu a uma estabilização da situação e que o pior, talvez, já tenha ficado para trás, depois de terem sido feitos, nos anos anteriores, ajustes muito duros em todos os “players” do sector… sem excepção.

 

2015 é ano de eleições. Que sugestão daria às campanhas dos vários partidos para mobilizarem os eleitores?

Nas actuais estruturas partidárias é necessária uma injecção de inspiração e de talento que as dote da capacidade para inovar no modelo da campanha para as próximas eleições legislativas. Existe um paradigma obsoleto e estático de comunicação política em Portugal que continua a fazer escola (basta ver os congressos partidários deste ano, os discursos políticos, os tempos de antena, e por diante). É certo que nas últimas eleições europeias já se viram algumas melhorias, mas estamos a falar de questões instrumentais e tão óbvias que já não podiam ser ignoradas. A verdade é que enquanto os líderes partidários nacionais não interiorizarem e sentirem uma nova forma de estar na política (o “novo político”), de pouco servirão os conselhos e as sugestões dos melhores profissionais da comunicação política. Para se mobilizar o eleitorado, primeiro é preciso conhecê-lo. Assim, talvez fosse útil que os líderes partidários, antes de partirem para uma batalha eleitoral, reflectissem sobre aquilo que os separa de um adolescente de 18 anos, de um recém-licenciado de 23, de um jovem empreendedor de 32, de um chefe de família de 40, de um funcionário público de 45, de um desempregado de 55, de um reformado com 70…

 

A nível pessoal, tem alguma resolução para o novo ano?

Há sempre coisas que ficaram por fazer e outras novas que se querem fazer… Pelo meio, espero poder escrever mais assiduamente n’O Diplomata e contribuir com mais regularidade no esforço colectivo para o PiaR.

 

Pode recomendar outro blog que acompanhe no SAPO?

Embora não precise de apresentações nem de recomendações, o Delito de Opinião é um dos blogues colectivos que acompanho, não apenas pela qualidade da sua escrita e ideias, mas pela diversidade dos temas.

 

Obrigado, Alexandre!

Meet the blogger: Moira

05.01.15 | Pedro

nela.pngEsta semana entrevistámos a Moira, autora de um dos blogs de culinária mais conhecidos no SAPO Blogs, o Tertúlia de Sabores.

 

O que a fez começar um blog de culinária?
Quando comecei o blog a ideia foi reunir as receitas que faço cá por casa num espaço que estivesse acessível, prioritariamente para mim, mas também para partilhar com a família e os amigos.
 
Nota-se a dedicação que coloca na apresentação das receitas ao nível da fotografia. O interesse pela fotografia surgiu associado ao blog? E que dicas essenciais dá a quem quer fotografar os seus feitos culinários da mesma forma?
Eu já gostava de fotografia muito antes de pensar em ter um blog, mas fotografar comida é uma coisa muito específica, não é o mesmo que fotografar uma paisagem ou um monumento. Tal como para fotografar pessoas é preciso ter um jeito especial, para fotografar comida é necessário captar a essência do prato. Não sou especialista no assunto, nem pretendo ser, mas uma má fotografia pode arruinar um prato excelente, por isso tento fazer o melhor possível para apresentar algo que seja apetecível. Eu costumo dizer em jeito de brincadeira que fotografo com o coração, se é que isso é possível.
Sei que ainda tenho muito para aprender, e não serei a pessoa indicada para dar conselhos sobre o assunto. Mas baseando-me na minha aprendizagem, para fotografar comida não serve de nada ter pratos bonitos ou uma máquina fotográfica toda “xpto” se não houver boa luz, de preferência natural, nem sentido de estética. O meu conselho é que observem o trabalho de “food bloggers” por esse mundo fora, há blogues de culinária com fotografias extraordinariamente bonitas.
Estejam atentos aos pormenores, preparem o espaço onde vão fotografar com antecedência, para depois não andarem numa correria e tentem fotografar o prato de diversas perspectivas para depois poderem escolher a melhor. Ah! E o mais importante, cuidado com as sombras. Um pormenor aqui, outro ali, um pouco do nosso cunho pessoal e teremos uma boa fotografia. O tempo fará o resto, se forem a qualquer blog de culinária e virem as primeiras fotos e depois as mais recentes, vão perceber que todos evoluímos com a prática.
 
Pode partilhar connosco a sua tertúlia mais comentada de sempre?
A receita mais comentada de sempre, que por acaso não é da minha autoria, é o Bolo de Maçã e o post mais visitado é Uma Sapateira duas receitas que bate records de visitas por altura do fim do ano.
 
Fast food: sim, às vezes, ou nunca?
Não tenho nada contra o Fast Food, mesmo quando falamos dos hambúrgueres mais famosos do mundo, que também como quando o rei faz anos, prefiro o fast food made in Portugal, a bela bifana no pão, o prego ou o frango de churrasco. Quando não tenho paciência para cozinhar, sim isso também me acontece (risos), passo pela churrascaria do bairro e levo frango assado para casa, troco as batatas fritas por uma salada de tomate que se faz em 2 minutos e temos uma refeição rápida e minimamente saudável.
O Nigel Slater tem um livro, “Real Fast Food”, que consulto com frequência, cheio de receitas fáceis e minimamente saudáveis para quem não tem tempo para nada, recomendo. Só é pena que não esteja traduzido para português.
Um prato de massa demora pouco mais de 10 minutos a fazer, umas tostas de ovos mexidos com ervas aromáticas e tomate, ou uma omeleta de cogumelos igualmente, uma salada de pêra com alface, rúcula e requeijão faz-se num piscar de olhos, isto é fast food caseiro e está bem longe do conceito negativo da expressão
Na realidade o que importa é ter consciência que qualquer refeição demasiado calórica, com muitos açúcares ou muita gordura quando consumida com frequência ou em excesso faz mal à saúde.

Um prato cozinhado por outra pessoa que a tenha entusiasmado recentemente?
Pode ser uma sobremesa? (risos) Sem pestanejar a resposta é “Avelã ao cubo” (uma bola de gelado de avelã, espuma de avelã, pedaços de avelã e flor de sal) uma sobremesa fantástica do Chef Avillez.