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A Equipa

O blog da equipa do SAPO Blogs. Um espaço para falar de blogs, esclarecer dúvidas e partilhar boas ideias.

Meet the blogger: Jael Correia

24.11.14 | Pedro

jaelcorreia.pngColocámos 5 perguntas à Jael Correia, autora do Coquette à Portuguesa, um blog dedicado à maquilhagem.

 

Como surgiu o interesse da Jael pela maquilhagem?
Em pequenina em brincadeiras com a maquilhagem da mãe, como qualquer miúda, mas sempre senti aquele "gostinho" extra e o caminho pelas artes ajudou a aperfeiçoar e ter uma sensibilidade de estética diferente e apurada nesta área.

É fácil imaginar que tem um toucador gigantesco. "Gigantesco" está muito longe da realidade?
Pelo contrário, tornou-se realidade há três anos, comprei um toucador clássico já antigo, hoje em dia já não se fazem, restaurei e recheei de maquilhagem!

Ao experimentar um produto, o que pode correr mal, ao ponto de não o recomendar?
Alergia, é o pior cenário, já me aconteceu, mas não somos todos iguais, com outras pessoas pode funcionar bem sem problemas.

Um facto sobre a Jael que as suas leitoras ficariam surpreendidas por saberem?
Como qualquer adolescente nos primeiros tempos cometi as minhas falhas graves na maquilhagem, a pior delas era usar a mesma base o ano inteiro, traduzindo, de Inverno ficava bem, de Verão andava super bronzeada e com a cara super pálida da base.

Pode partilhar connosco um motivo de entusiasmo recente (um restaurante novo, uma série televisiva, etc)?
É preciso bastante para me entusiasmar, por isso tem de ser algo extraordinário, é o caso por exemplo da nova série Gotham, explora uma história do Batman de uma maneira surpreendente, é o meu lado "geek" a vir ao de cima!

 

Obrigado, Jael!

Meet the blogger: Miguel Marujo

17.11.14 | Pedro

meetmiguel.jpgO Miguel Marujo é o autor do Cibertúlia e do celestial E Deus Criou a Mulher e respondeu a cinco perguntas nossas.

 

Pode apresentar-se?

A ordem pode não ser esta: Pai babado. Jornalista. De esquerda. Benfiquista. Católico. Leitor compulsivo: jornais, revistas, livros. Cinéfilo assim assim e melómano em estágio. Viajante. Cagaréu com mais anos de Lisboa que Aveiro. E bloguista - que um dia começou com a Cibertúlia, coisa de amigos, hoje feita a solo, e depois também se lembrou de Brigitte Bardot no filme de Roger Vadim.

Qual é o proveito de atualizar um blog como o E Deus criou a Mulher há mais de 10 anos?

Não faço ideia - faço-o por gosto e prazer. Como se apresenta o blog, é "até que a vista nos doa". Por enquanto não dói e como não dói atualiza-se o blog.

É um blog que recebe muito feedback?

O feedback é muito variado: há quem se limite a fazer likes nos posts ou no grupo do facebook, os comentários são por regra poucos ou tímidos - parece que se teme exaltar a beleza. Como se não
estivéssemos perante quadros renascentistas, em que se contempla a mulher, que deviam levar os críticos de arte a escreverem rios de palavras... Noto que há visitantes que vêm do Irão. Do Brasil disparam
as visitas quando se publicam brasileiras. Esta casa é do mundo, e disso gosto.
Volta e meia chegam alguns vigilantes do (bom) gosto, daqueles que criticam o facto das fotos serem a preto e branco («Stop the black and white photos They are NOT artistic. They only make your Site not worth
visiting», escreveu-me um tipo) ou que criticam por "só" publicarmos anoréticas, quando as mulheres mais vezes publicadas são mais cheias e redondas que espetos. Depois há um comentário que, ainda não percebi
bem, o que terá significado. Num post intitulado "Sim", em que a atriz retratada está discretamente vestida, alguém anonimamente comentou: «Este blog é um insulto às mulheres com cérebro grande em vez de
grandes mamas.» Não sei se era por o post tomar uma posição no referendo da despenalização do aborto ou se era apenas porque quem o escreveu tem um problema qualquer com "grandes mamas".

Como é que um jornalista vê os blogs? Reconhece-lhe algum papel no panorama mediático?

Já houve quem sentenciasse a morte dos blogues várias vezes. E todas essas notícias revelaram-se exageradas - apesar de muitos terem perdido influência mediática: os mais conhecidos bloguistas foram
todos parar aos jornais e às televisões. Talvez por isso, mediaticamente, os blogues tenham deixado de ser uma fonte de informação consultada à saciedade. Há um "blogue" que tem ganho muito mais visibilidade: o facebook.

 

Existe algum tema sobre o qual devíamos falar e escrever mais hoje em dia (nos blogs, jornais, etc)?
Tal como a imprensa, também os blogues andam a perceber como se podem "vender": há os de nicho, há os especializados, há os generalistas-diarísticos ou os generalistas-salganhada e há os da moda que muitas vezes ninguém percebe muito bem porque são lidos. No fim de tudo: há os que são lidos e aqueles a que já ninguém presta atenção. Talvez por isso não tenha receita sobre o que se devia escrever mais e
falar mais. Sei que, como cidadão, sinto falta de algum sangue dos primeiros tempos, em que se denunciava, em que se polemizava, mas também em que se descobriam verdadeiros talentos da escrita e da
fotografia e da ilustração. Talvez falte isso: sangue novo. Nos jornais, se tivesse a solução, estava safo!

 

Obrigado Miguel!

Meet the blogger: João Ferreira Dias

10.11.14 | Pedro

meettheblogger.jpgJoão Ferreira Dias é o autor de vários blogs no SAPO e um observador atento da atualidade. Colocámos-lhe cinco perguntas sobre os seus blogs.

 

Para quem não conhece o João, e os seus blogs, pode apresentar-se?

O João é alguém que conheceu os blogues em 2005 numa aula de Sociologia da Comunicação e a partir daí nunca mais parou, passando, literalmente, por uma dezena de blogues até se fixar n'A Morada dos Dias, a solo, e n'O Voo do Colibri, com o meu amigo Francisco, com quem, aliás, em 2005 fundei o meu primeiro blogue. Isto diz muito do meu vício de escrita. Aliás, diria que parte do meu modo de escrever advém da rotina que os blogues foram traçando, e a exigência de qualidade que fui impondo a mim mesmo. Houve uma época em que estudava para exames reunindo a matéria em posts.
Em traços gerais, o A Morada dos Dias é um blogue de reflexões avulsas, sobre acontecimentos do dia-a-dia, ou temas fraturantes. Embora não tivesse esse propósito, vem sendo marcado por um cunho eminentemente político. Nesse sentido, quando o leio, vejo apenas parte de mim. O Voo do Colibri é um blogue diferente e, admita-se, amplamente mais alimentado pelo Francisco do que por mim. É um blogue sobre livros, filmes e discos, e às vezes sobre restaurantes. O que lemos, ouvimos, vemos, gostamos e não gostamos. É um diário do nosso consumo cultural.
Quanto a mim, por fim e en passant, para além de um blogger convicto, agora com menos tempo, sou o que se chama de cientista social. Historiador das Religiões, Teólogo e Antropólogo. Fui Professor de Religiões Africanas e Afro-Brasileiras na Licenciatura de Ciência das Religiões na Universidade Lusófona. Sou investigador do Centro de História da Faculdade de Letras. Neste momento estou a preparar o meu Doutoramento em Estudos Africanos, no ISCTE-IUL.
À parte disso, como diria Fernando Pessoa, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

 

O que ganha ao escrever num blog?

Ganhar não ganho nada, só perco (risos). Houve uma altura em que escrever num blogue era uma rotina importante, um vício, um prazer e um exercício de escrita. Conheci algumas pessoas interessantes, descobri blogues de qualidade, percebi que parte dos blogues ditos "famosos" são-o, como muitos livros,  pelo nome de quem assina do que pela qualidade que ali é posta. Há centenas de blogues desconhecidos, milhares de livros por descobrir, bem melhores do que os best-sellers. Por outro lado, tive dissabores e inimizades, porque escondidos pelo ecrã as pessoas revelam a sua avidez pela crítica, e a sua avareza nos elogios. Faz tudo parte da vida humana.
Ainda em resposta ao quem ganho, recordo umas palavras de Arsène Wenger, treinador do Arsenal: "eu já cá andava quando não se ganhava dinheiro com isto, e ainda cá estarei quando se deixar de ganhar". Eu e o Francisco, meu colega no Colibri e amigo de longa data, já escrevíamos posts quando só nos líamos um ao outro. Por isso, se é facto que ter leitores é bom, também é verdade que o vício de escrever supera tal facto. Lá disse Jules Renard: "Escrever é uma maneira de falar sem ser interrompido".

 

Os blogs do João são muito trabalhados ao nível da imagem e layout. Quão importante é a apresentação num blog?

A aparência um cartão de visita, seja o layout de um blogue, de um site, seja a nossa própria aparência. Um blogue bem escrito mas visualmente poluído repele os leitores. É verdade que não deveria ser assim, mas vivemos na era das imagens, e o primeiro impacto é fundamental. Além do mais, gosto de renovar o guarda-roupa do blogue com frequência, para não me cansar de trajar sempre a mesma coisa. Nesse sentido, o layout é 90% para mim, 10% para quem lê.

 

Pode partilhar connosco o seu post mais comentado até hoje?
Os meus blogues nunca foram muito comentados, pelo simples facto de que as pessoas não gostam de ler textos longos. O Twitter e o Facebook vieram agudizar a preguiça da leitura. Além do mais é mais fácil fazer um like do que escrever algo com conteúdo (para não dizer inteligente). Em referência ao A Morada dos Dias o post é sobre a coadoção (http://joaoferreiradias.blogs.sapo.pt/13102.html), o que para mim é uma satisfação, porque é sinal que de alguma forma criou impacto (também graças ao destaque no Portal Sapo).

Qual é a sua rotina para ler blogs?

Honestamente, neste momento é quase nula. Mesmo os blogues que gosto de ler (Como A Terceira NoiteDa Literatura ou Delito de Opinião) passo por lá menos vezes do que desejaria. Houve alturas em que li continuamente, mas agora é-me impossível. As leituras científicas ocupam-me grande parte do tempo, e quando não as tenho de ler, tenho de as escrever. Por isso o tempo que sobra para os blogues ocupo-o a escrever. Acabo por ler O Voo do Colibri para saber o que o Francisco achou de algum filme ou livro, os quais com dificuldade irei ver ou ler, pois tenho pilhas de outros livros à espera.

 

Obrigado João!

Meet the blogger: Nuno Matos Cabral

03.11.14 | Pedro

nunomatos.jpgO Nuno Matos Cabral é o criativo por trás do Primeira Casa da Rua, um blog que aborda a decoração do ponto de vista da reutilização e reciclagem. Colocámos-lhe cinco perguntas sobre o blog.

 

Do que fala o Primeira Casa da Rua e como surgiu o nome do blog?

Primeira Casa da Rua fala sobre a reciclagem, reutilização e recuperação na decoração das nossas casas, também damos especial atenção ao faça você mesmo, bricolage ou “do it your self”. Pretendemos chamar a atenção que, para ter uma casa com uma decoração nova não é sinonimo de despender grandes quantias financeiras, por vezes é mais importante a imaginação e a criatividade.

O nome surge devido à casa referência na aldeia, na vila, no lugarejo ou até mesmo na cidade, sabemos quais são as casas mais antigas e que duram décadas se não mesmo centenas de anos, especialmente nos meios mais pequenos, por isso mesmo, aquilo que se pretende com o Primeira Casa da Rua, é aliar uma área que já existe há décadas, se não mesmo há centenas de anos, que é o bricolage, com uma área relativamente recente que é o design, daí ser a Primeira Casa da Rua, a casa referência que se soube modernizar e estar presente no século XXI, trás toda uma experiência e tradição que se une à modernidade do design contemporâneo, é isto que procuramos fazer com o Primeira Casa da Rua.

O blog sublinha a importância de reciclar, reutilizar e recuperar. É uma regra obrigatória para qualquer projeto ou depende do objetivo do cliente?

Cada vez mais os nossos projetos têm como conceito o blogue, aliás o que pretendemos num curto prazo é que a Primeira Casa da Rua seja uma marca associada ao mobiliário e a pequenos objetos decorativos para a casa ou para espaços públicos, que vão estar disponíveis na nossa loja on line, que em breve vai estar em funcionamento, bem como, através de projetos especiais que nos solicitem, quer seja no âmbito do design de interiores, quer seja com peças exclusivas para locais especiais, por isso, os conceitos do blogue e do designer misturam-se cada vez mais.

É mais fácil trabalhar com um cliente que sabe exatamente o que quer ou com alguém que olha para o Nuno para fazer as escolhas certas?

Todos os clientes são um desafio, independentemente, se sabem o que querem ou têm alguma dúvida quanto às suas escolhas. Na primeira situação acabamos por tentar juntar todos os interesses e desejos do cliente num só projeto, que é a casa ou o espaço público que pretendem ver intervencionado, no segundo caso, é um desafio maior, mas acaba por ser mais fácil, uma vez que o cliente quando nos contacta já tem uma ideia daquilo que vai poder esperar do nosso atelier, por isso, apesar de não saber o que quer, sabe que o conceito é o nosso.

Um designer de interiores, além de designer, também tem que ser um pouco psicólogo, para perceber as características de personalidade do cliente e aquilo que realmente pretende, para que o projeto seja aquilo que o cliente sempre quis ou desejou ter, este é o segredo para o sucesso de qualquer projeto.

De vez em quando o Primeira Casa destaca espaços que primam pela decoração. Existe algum espaço  que tenha particular curiosidade para visitar um dia?

A nível internacional gostava de visitar os Jardins da Baía em Singapura, acho que é um projeto que vai mudar o conceito de áreas verdes nos grandes centros urbanos, deu vários passos em frente, especialmente com as super árvores estruturas metálicas cobertas por plantas, onde podemos caminhar a alguns metros de altura.

Estas estruturas aliam a estética com a funcionalidade, um dos princípios que pauta a Primeira Casa da Rua, uma vez que as super árvores foram construídas de forma a fazer um uso sustentável dos recursos naturais: recolhem água da chuva e contém células fotovoltaicas que permitem também acumular a energia elétrica utilizada no final do dia na sua iluminação. Também gostava de conhecer uma loja em Nova Iorque de nome Melissa, um espaço onde a simplicidade no material e a grandiosidade da estrutura criaram uma composição muito interessante. Em Portugal, torna-se tudo mais fácil, as distâncias são muito reduzidas, no entanto, há um edifício que quero visitar há muito, mas nunca se proporcionou, que é o estádio do Braga, do prestigiado arquiteto português Souto Moura, onde de um espaço inóspito, como uma pedreira surgiu uma das mais belas obras da arquitetura portuguesa.

Um conselho básico para qualquer pessoa que esteja a pensar decorar ou renovar um espaço do seu dia-a-dia.

Na Primeira Casa da Rua temos algumas máximas, uma destas é, nada se desperdiça tudo se transforma, por isso, antes de pensar em deitar fora alguma peça de mobiliário ou um material qualquer, como por exemplo, garrafas, malas de viagem ou caixas de fruta, pense duas vezes, se não souber muito bem o que fazer, visite a Primeira Casa da Rua, tenho a certeza que temos alguma sugestão para essa mesma peça. O importante é reciclar, reutilizar e recuperar.