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A Equipa

O blog da equipa do SAPO Blogs. Um espaço para falar de blogs, esclarecer dúvidas e partilhar boas ideias.

Meet the blogger: Alexandre Guerra

12.01.15 | Pedro

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As nossas 5 perguntas desta semana foram para o Alexandre Guerra, autor d'O Diplomata e do Piar.

 

Participa em dois blogs, um sobre política e relações internacionais e o outro, relações públicas. O que mais lhe interessa em cada uma destas áreas?

Nas Relações Internacionais é fascinante acompanhar a dinâmica que existe entre os Estados e, cada vez mais, entre estes e organizações internacionais. É também interessante notar que, com o advento da globalização e com o aparecimento das novas formas de comunicação, os povos surgiram com uma voz activa no sistema internacional. Também a Política, seja numa lógica mais clássica – como aquela a que se referia Aristóteles –, seja numa abordagem mais mundana – ou seja as “politics” –, é apaixonante, já que lida com as questões de poder e com modelos de governança das sociedades. São precisamente as questões de poder que muitas vezes se cruzam com a actividade das relações públicas ou da consultoria de comunicação e que, cada vez mais, serve de inspiração para filmes de Hollywood ou para inúmeras séries. Naturalmente, que há uma outra componente muito interessante das relações públicas, que se prende com a comunicação institucional das empresas e organizações.

 

Que facto ou personalidade destaca positivamente em Portugal na área da comunicação em 2014?

A capacidade de resiliência e de adaptação das empresas que apostam e actuam no sector da comunicação, seja imprensa, agências, departamentos de relações públicas, anunciantes, entre outros. Penso que em 2014 se assistiu a uma estabilização da situação e que o pior, talvez, já tenha ficado para trás, depois de terem sido feitos, nos anos anteriores, ajustes muito duros em todos os “players” do sector… sem excepção.

 

2015 é ano de eleições. Que sugestão daria às campanhas dos vários partidos para mobilizarem os eleitores?

Nas actuais estruturas partidárias é necessária uma injecção de inspiração e de talento que as dote da capacidade para inovar no modelo da campanha para as próximas eleições legislativas. Existe um paradigma obsoleto e estático de comunicação política em Portugal que continua a fazer escola (basta ver os congressos partidários deste ano, os discursos políticos, os tempos de antena, e por diante). É certo que nas últimas eleições europeias já se viram algumas melhorias, mas estamos a falar de questões instrumentais e tão óbvias que já não podiam ser ignoradas. A verdade é que enquanto os líderes partidários nacionais não interiorizarem e sentirem uma nova forma de estar na política (o “novo político”), de pouco servirão os conselhos e as sugestões dos melhores profissionais da comunicação política. Para se mobilizar o eleitorado, primeiro é preciso conhecê-lo. Assim, talvez fosse útil que os líderes partidários, antes de partirem para uma batalha eleitoral, reflectissem sobre aquilo que os separa de um adolescente de 18 anos, de um recém-licenciado de 23, de um jovem empreendedor de 32, de um chefe de família de 40, de um funcionário público de 45, de um desempregado de 55, de um reformado com 70…

 

A nível pessoal, tem alguma resolução para o novo ano?

Há sempre coisas que ficaram por fazer e outras novas que se querem fazer… Pelo meio, espero poder escrever mais assiduamente n’O Diplomata e contribuir com mais regularidade no esforço colectivo para o PiaR.

 

Pode recomendar outro blog que acompanhe no SAPO?

Embora não precise de apresentações nem de recomendações, o Delito de Opinião é um dos blogues colectivos que acompanho, não apenas pela qualidade da sua escrita e ideias, mas pela diversidade dos temas.

 

Obrigado, Alexandre!